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1. RELEMBRANDO



A SAGA DOS HOLANDESES
Em 1630, quando os Holandeses invadiram o Brasil pela segunda vez, eles visavam a Capitania de Pernambuco(foi uma das que mais prosperaram), mas não esqueceram o Rio Grande do Norte e, consequentemente os aldeiamentos do seu perímetro.
Enquanto Pernambuco - com a vinda e permanência dos flamengos em terras brasileiras - foi transformado num verdadeiro recanto da Europa, pelo esplendor dos seus palácios e o brilho de sua vida cultural, graças aos expoentes da cultura artística trazidas pelo Conde Maurício de Nassau, no Rio Grande do Norte eles só mostraram o lado negativo da sua atuação, haja vista os MASSACRES por eles perpetrados. A título de ilustrar, resumiremos os acontecimentos dessa época:
- FERREIRO TORTO: Foi este o segundo engenho construído no Rio Grande do Norte (nas proximidades de Macaíba) e lá aconteceu o primeiro massacre dos holandeses, onde morreram cerca de 67 pessoas, entre elas o proprietário do engenho Francisco Coelho, sua mulher e seus cinco filhos. Isso aconteceu no dia 14 de dezembro de 1633.
- CUNHAÚ: O segundo engenho construído em terras potiguares (no local em que atualmente é Canguaretama), e era "a menina dos olhos dos holandeses" pela fertilidade de suas terras e seus verdes canaviais. Pertencia esse engenho aos filhos de Jerônimo de Albuquerque (foi Capitão mor da Capitania do Rio Grande) Antonio e Matias de Albuquerque. Nesse massacre - que teve características de crueldade indescritível - morreram entre 35 a 69 pessoas, e teve a ajuda ostensiva dos TAPUIAS, liderados por "jererera" filho do cacique Janduí e pelos "pytiguarés" (potiguares) antropófagos. Após esse acontecimento de Cunhaú, nunca mais os holandeses tiveram paz, em face dos secessivos atos de vingança dos portugueses. Quem não refugiou-se nas fronteiras da Paraíba com o Rio Grande do Norte - após esse terrível massacre - foi para a casa de João Lostão Navarro, nas imediações do desaguadouro da Lagoa de Papari, na barra do Camurupim. Mas não imaginavam o que viria depois. O massacre de Cunhaú aconteceu no dia 16 de julho de 1645.
- MASSACRE NA CASA DE JOÃO LOSTÃO NAVARRO: Esse massacre aconteceu pelo fato dele dar guarida aos moradores que estavam em pânico diante do que houve anteriormente, e porque estavam apoavorados com medo dos índios tapuias. Mas os holandeses não aceitaram essas justificativas, achando que eles estavam se organizando para contra atacá-los. Mesmo sendo João Lostão Navarro sogro de Jóris Garstman - primeiro governador holandês do Rio Grande do Norte - sua casa foi atacada pelos Janduís e Pytiguarés, deixando um saldo de 16 mortos. João Lostão foi levado preso para a Fortaleza dos Reis Magos, que na época se chamava CASTELO DE KEULEN.
- MASSACRE DE URUAÇU: Apavorados com os acontecimentos, a população não tinha um rumo certo para tomar, não sabia para onde ir nem como se proteger tal a superioridade bélica do inimigo holandês e o desejo de se apoderar do que era dos portugueses. Algumas pessoas se refugiaram nas margens do Rio Potengi, onde ergueram uma defesa murada, feita de madeira rústica (uma espécie de cerca) onde se abrigaram cerca de 70 portugueses com suas famílias, com apenas 15 armas de fogo. Inconformados com a rebeldia, os holandeses pressionaram os "amotinados na cerca" de tal modo, que eles se viram obrigados a entregar alguns companheiros, com a promessa de que seriam levados para a Fortaleza, onde seriam bem tratados e teriam melhores condições de vida. Mais uma vez enganados, todos foram mortos pelos índios tapuias às margens do "RIO HURUAUASSU" (Rio Uruaçu) nas imediações da atual São Gonçalo do Amarante. Não satisfeitos, mataram também aqueles que haviam ficado "na cerca" pois havia uma ordem vinda de Pernambuco, para matar todos os moradores acima de 10 anos de idade. Quanto aos requintes de crueldade com que todos foram mortos, eu me dou o direito de não publicar. Os holandeses governaram o Rio Grande do Norte até fevereiro de 1654, quando foram expulsos definitivamente do Brasil.
Ao concluir esse assunto, não entro no mérito religioso da questão, mesmo sendo os holandeses protestantes calvinistas e os portugueses católicos seculares, há de se considerar a ambição econômica da Holanda sobre o poderio agrícola do Brasil, no caso específico, o Rio Grande do Norte, onde tais fatos aconteceram. Nos interessa o fato histórico, daí estarmos NAS TRILHAS DA HISTÓRIA!!!



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