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ELES FIZERAM HISTÓRIA

LUÍS ANTONIO FERREIRA SOUTO
Itálico
Nascido em 30 de julho de 1873 na cidade de São José de Mipibu, pertencia a uma família de escritores, e muito cedo ingressou no jornalismo como fundador e colaborador de vários órgãos de crítica e literatura, na capital do Estado e por onde exerceu a profissão. Como poeta, escreveu alguns sonetos esparsos. Não se tem maiores informações sobre esse grande mipibuense, em face da falta de cuidados com "a coisa pública", e aqui leia-se com a memória da cidade, tendo em vista o descaso com o ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL, onde se encontravam os acervos de décadas memoráveis vividos pelo nosso Município
Com este último mipibuense, encerramos a série "mais antiga" de ELES FIZERAM HISTÓRIA e sintetizamos os nomes das figuras destacadas nessa série:
* Professor Aurélio Valdomiro Pinheiro
* Antonio Basílio Ribeiro Dantas (pai)
* Antonio Basílio Ribeiro Dantas (filho0
* Braz de Andrade Melo
* Celso Dantas Sales
* Estevão José Dantas
* José Paulino de Andrade
* José Teotônio Freire
* Miguel Ribeiro Dantas (Foi enfocado no livro ORGULHO MIPIBUENSE)
* Luís Antonio Ferreira Souto

ELES FIZERAM HISTÓRIA

JOSÉ TEOTÕNIO FREIRE
Nascido a 8 de fevereiro de 1858 na cidade de São José de Mipibu, José Teotônio destacou-se na Magistratura, e como diz Câmara Cascudo "foi um magistrado ilustre, austero e dígno, cercando-se de um ambiente de respeito e admiração; foi um modelo para a sua classe."
Formado pela Faculdade de Direito de Recife em 1884, exerceu a promotoria pública em Mossoró, Açu e Nova Cruz, entre 1886 a 1888. Em seguida, viajou para São Paulo e em Capão Bonito do Paranapanema, foi Juiz Municipal em. 1889 No ano seguinte já depois de proclamada a República do Brasil, ele retorna ao Rio Grande do Norte e vai exercer a função de Juiz de Direito em Pau dos Ferros, Comarca obtida por nomeação do Governo Provisório Republicano. Foi Juiz também em Macaíba, no ano de 1892.
Além desses, exerceu altos cargos na magistratura do Estado do Rio Grande do Norte: Desembargador em 1898, Presidente do Supremo Tribunal de Justiça de 1909 a1921, e Juiz Federal. Foi Chefe de Polícia em 1895 e 1896. Foi um grande magistrado, honrando a cidade natal e seus cidadãos. (Maria Lúcia Amaral)

RELEMBRANDO

A REVOLUÇÃO DE 1817 EM SÃO JOSÉ DE MIPIBU



Pelos relatos dos estudiosos no assunto,podemos assegurar que não foi pequena a participação da Vila de São José do Rio Grande, em tão emocionante fase da história das três Capitanias envolvidas, iniciada em Pernambuco com a adesão da Paraíba e do Rio Grande do Norte, culminando com o assassinato do chefe dessa rebelião, André de Albuquerque Maranhão no recinto do Palácio.

EM SÃO JOSÉ DE MIPIBU, como nos conta a quase centenária Isabel Gondim - que morreu em 1935 - ela teria escutado um velho cego chamado Tomás de Aracati, a declaração de que "havia quase enrouquecido de tanto gritar liberdade, liberdade, pelas ruas de São José de Mipibu." Uma das figuras centrais do movimento, era o coronel de milícias Luís de Albuquerque Maranhão, primo de André de Albuquerque Maranhão, proprietário do engenho Belém na época. Nesse, e no engenho Ribeiro, André de Albuquerque vivia a conferencias com os homens influentes de Natal e das demais Vilas. Eram as casas grandes desses engenhos, muito espaçosas e cômodas, onde os chefes políticos locais ofereciam grades banquetes às autoridades que se faziam presentes nessas conferências. Conta-se que o aparato dos serviços oferecidos era de uma estravagância sem par, principalmente os que eram oferecidos pelo padre João Damasceno Xavier Carneiro, ex escrivão da cidade e inspirador de André de Albuquerque. Todos esses excessos aconteciam, tanto no engenho Belém como no engenho Ribeiro; mas foi no engenho Belém que aconteceu um dos episódios marcantes da Revolução: A prisão do governador da Província Inácio José Borges, quando este voltava de um desses encontros com André de Albuquerque em Goianinha, de quem - segundo alguns historiadores - ele desconhecia suas ligações com os revolucionários. Segundo Rocha Pombo, "quando o governador voltou desse encontro, ia pernoitar no engenho Belém. Pela manhã quando já havia saído, chega à casa de André de Albuquerque (em Goianinha) o vigário da Paróquia, Padre Antonio de Albuquerque Montenegro que era um patriota exaltado, e íntimo confidente do Coronel Luís de Albuquerque que era um dos cabeças do movimento em prol da República. Aí, André explica ao padre que o governador queria que ele defendesse a monarquia; é quando o padre se revolta por André não ter prendido o traidor do movimento e aconselha-o a perseguí-lo e prendê-lo ime.diatamente, o que André o fez prontamente, cercando a casa no engenho Belém, onde o governador dormia, e pela manhã entrou nas dependências do engenho dando-lhe voz de prisão mesmo que continuasse a ser tratado com o devido respeito. A Vila ficou ficou numa grande agitação com os acontecimentos e com a chegada de todas as autoridades da Província. Isso aconteceu no dia 25 de março de 1817, e como não houve derramamento de sangue, o governador foi deposto do cargo, mas lhe foi permitido ter a presença da esposa para com ela serem conduzidos à Pernambuco três dias depois, em 29 de março de 1817. Mesmo com todos esses acontecimentos, a revolução fracassou, André de Albuquerque foi morto e o governo monárquico restabelecido no dia 26 de abril do mesmo ano. Das pessoas de São José de Mipibu pronunciadas apenas Vital da Silva e Luís de Albuquerque Maranhão deveriam ser presos. O primeiro, escondeu-se e escapou; o segundo foi preso no dia 21 de maio do mesmo ano no Brejo das Bananeiras, na Paraíba.
( Maria Lúcia Amaral)



EM PAUTA

MANOEL RIBEIRO DA SILVA
"Manoel Cachorro Quente"
Proprietário do primeiro parque de diversões que apareceu em São José de Mipibu, Manoel Ribeiro d Silva, ou simplesmente " Manoel Cachorro Quente," nome este em virtude de ter sido ele o primeiro a trazer esse tipo de lanche para a terrinha.Tal lanche que depois seria o cachorro quente que hoje conhecemos, era uma fatia de pão francês, com carne de conserva temperada colocada em cima, vendido na calçada do sobrado (onde funcionou o Banco do Brasil), e que ficou conhecido como "o famoso cachorro quente de Seu Manoel". Daí, para Manoel Cachorro Quente, não demorou nada!
Era ele, um homem batalhador e um empreendedor de " mão cheia" haja vista que, do cachorro quente nasceu o parque São José (nome dado pelo povo), mas conhecidíssimo por PARQUE DE SEU MANOEL CACHORRO QUENTE, por esse mesmo povo que o admirava. Esse parque era formado por várias opções de brinquedos de diversão, como:
*CARROCEL TRADICIONAL, com bancos duplos feitos de madeira ( um tanto rústicos), e usados mais pelos casais de namorados, pois era uma maneira de se sentarem lado a lado, e o rapaz ter a chance de pegar na mão da namorada;
*CARROCEL DE CAVALINHOS, que era o deleite da criançada; era alí que elas faziam a festa onde a fila para comprar os ingressos era sempre "congestionada" tal a quantidade de crianças que queriam ter a sua vez de passear nos famosos cavalinhos. Havia cavalinhos de todos os modelos e cores, para todos os gostos;
*CARROCEL DE CADEIRINHAS, a famosa JUJU! Esse brinquedo era mais usado pelas crianças mais pequenas, com pouca idade - sempre acompanhadas dos pais que ficavam espremidos nas grades de proteção, olhando os filhotes se divertirem - e era movido por uma manivela acionada por um homem, com muito cuidado, porque se alguma criança enjoasse ou chorasse pra sair, era mais fácil parar o brinquedo;
*OS BOTES (ou canoas), cujo nome vem da forma desse brinquedo, que era impulsionado através de uma corda que ficava n uma das extremidades. Eram utilizados mais pelos rapazes, que se exibiam para as moças competindo entre eles para ver quem levantava o bote mais alto, provando assim a sua força e masculinidade, mas muitas vezes esse exibicionismo culminava com muito enjôo e vômitos no final. Para parar esse brinquedo, era colocado uma tábua embaixo para pressionar a velocidade, até fazer o bote parar de uma vez.
*RODA GIGANTE, era o brinquedo mais procurado pelos mais corajosos; enquanto a roda girava (não era muito alta), ouvia-se as músicas oferecidas pelo serviço de ALTO FALANTES do parque e via-se a cidade toda lá de cima. Era a sensação da noite
Além dos brinquedos, podia-se comprar várias guloseimas e também CIGARRO. Pasmem os senhores: a moçada que fumava escondido dos pais, tinha a chance de comprá-los "a granel", quer dizer, quem não tinha dinheiró para comprar um maço, comprava um, dois, ou mais. Era o máximo, e significava independência, rebeldia, poder e prazer de fazer "o que os adultos faziam."
Falara do parque de Seu Manoel Cachorro Quente, é uma alegria contagiante e uma saudade gostosa de momentos maravilhosos vividos na adolescência de muitos mipibuenses, numa cidade pacata, tradicional e simples; são lembranças especiais e gratificantes que nos fazem valorizar cada dia, cada momento passado na construção da nossa história; é como um filme no túnel do tempo, enchendo nossas vidas de recordações felizes, principalmente para àqueles que estão longe da terra natal. O parque de Cachorro Quente com seu serviço de alto falantes dedicando "páginas musicais" mais ou menos assim: ATENÇÃO, MUITA ATENÇÃO ALGUÉM VESTINDO CAMISA BRANCA, ESCUTE ESTA GRAVAÇÃO (que podia ser Teixeirinha, Waldik Soriano, Núbia Lafayete, Ângela Maria, Roberto Carlos ou qualquer um da Jovem Guarda), QUE ALGUÉM DE VESTIDO AZUL LHE OFERECE COM MUITO AMOR E CARINHO!
Imagine você, em pleno final de ano, com as festas natalinas, quando a cidade recebia praticamente o dobro de pessoas, vindas dos povoados e da cidades vizinhas ( Diga-se de passagem, o final de ano aqui em Mipibu, não tinha pra ninguém, de tão concorrido por ser muito bonito), encontrar alguém especial vestido DE CAMISA BRANCA!!!
- Quantas pessoas estavam trajadas assim. Não havia resposta nem certeza de quem era, e quem mandava a música, mas todos ficavam felizes porque o que importava era a mensagem, o recado que aquela música trazia. Tudo era simplório, gostoso, ingênuo! Estávamos nos anos 60 e 70. Era NO PARQUE DE SEU MANOEL CACHORRO QUENTE. ERA EM SÃO JOSÉ DE MIPIBU, NUM TEMPO QUE NÃO VOLTA MAIS!!!!!!
( Maria Lúcia Amaral, com a colaboração de Vera Lúcia Cavalcanti)