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1. RELEMBRANDO

A PASSAGEM DOS HOLANDESES POR SÃO JOSÉ DE MIPIBU

Senhores da situação em Pernambuco os Holandeses logo cuidaram de espalhar o seu domínio pelas Capitanias vizinhas. Com esse objetivo, realizaram uma série de visitas à terra Potiguar; dentre essas visitas, a que, é a que destaca mais nos diz respeito é a que destaca a Aldeia Mopebu, quando tiveram Adriano Verdonk como guia.

Para maior entendimento, tecemos algumas palavras sobrem e Adriano Verdonk, que residia em Pernambuco entre os anos de 1618/1620 - como nos diz Alfredo de Carvalho - e conhecia a situação e os recursos do Brasil, prestando assim os seus serviços aos Holandeses em forma de "espionagem secreta", tendo assim todo interesse na veracidade dos fatos. Era um homem de caráter inconstante, pois estava sempre do lado de quem atendesse aos seus objetivos pessoas (será que isso contagiou alguns políticos mipibuenses?) continuando, com a chegada dos Holandeses ao Brasil imediatamente Adriano postou-se à serviço deles, e mais tarde tentando traí-los por dez mil cruzados, foi capturado e torturado, e ia ser executado no dia 10 de abril de 1631, mas morreu antes. Mesmo assim, os Holandeses esquartejaram seu corpo

Segundo o relatório que Verdonk fez do Rio Grande do Norte, ele fala que "nessa jurisdição pode haver ao todo 5 a 6 aldeias de brasilienses, que juntos devem contar 700 a 800 índios *freixeiros e a principal delas é chamada MOPPOBU, e está situada a 7 milhas ao sul do Rio Grande."

Aí temos um valioso documento, que foi apresentado ao Conselho Político Holandês do Recife em 20 de maio de 1630. O documento elaborado por Adriano Verdonk traça um verdadeiro estudo sócio econômico da região em que estava a nossa Aldeia, quando diz: "nessa região do Rio Grande do Norte há gado em abundância, muitos porcos e galinhas; as pastagens são excelentes e os seus habitantes não têm outra riqueza a não ser o gado - que vendem e fazem muito dinheiro - mas é, a grande maioria da população, miserável mal tendo do que viver; embora peguem muito peixe, plantem mandioca para fazer farinha e muito milho, tudo é trazido para Pernambuco. Há também caça e frutos silvestres em quantidade."

Um fato curioso é também registrado na época em que os Holandeses estiveram no Rio Grande do Norte, e é mencionado noutro relatório apresentado por Adrien Van Dussen ao Conselho dos XIX na Câmara de Amsterdã/ Holanda, que diz "vai de tempos em tempos às aldeias, visitando-as e ensinando, batizando e fazendo casamentos, um religioso protestante". Será que não era um Holandês calvinista? É bem possível que a Aldeia Mopebu tenha recebido a visita desse religioso protestante!

Quanto as lutas propriamente ditas, travadas pelos holandeses, índios e portugueses é claro que a nossa aldeia não teve participação ativa, mas foi também alvo de suas consequências desastrosas que atingiram as outras, como roubos, saques, queima de fazendas, destruição de gado e muitas mortes.

A desastrosa permanência holandesa no Brasil, só deixou marcas de devastação e penúria nas Capitanias de Paraíba e Rio Grande do Norte. Em São José de Mipibu - segundo Gilberto Barbalho - há possíveis pegadas da passagem deles, e ele nos detalha que " no perímetro urbano da cidade (o verdadeiro local ainda é dúvida) por ocasião da construção de uma cacimba, os trabalhadores se depararam com um túnel de enorme comprimento e uma altura que dava para uma pessoa de altura normal - um pouco encurvada - passar por ele. Mesmo escavando, não conseguiram atingir o seu final, mas constataram - inclusive o prórpio Gilberto Barbalho quando criança - os sulcos produzidos pelas ferramentas usadas na sua construção. A população da cidade, ao tomar conhecimento do fato, e sem saber justificar estranha descoberta, apenas dizia: ISSO É OBRA DOS HOLANDESES!"

Verdade ou não, essa seria a única prova concreta deixada pelos flamengos em nossa cidade!!!

ESTAMOS SEGUINDO AS TRILHAS DESSE TÚNEL. BREVE, DAREMOS NOTÍCIAS DELE, OU NÃO!

3. EM PAUTA






VELHO MOTOR DA USINA "LUZ E FORÇA SÃO JOSÉ"







" VELHO ZERIEL"...



Simples no viver, atencioso no trato com quem conhecia - ZERIEL como era popularmente conhecido - vivia a cuidar dos velhos motores da Usina de propriedade do senhor Júlio Ramalho, fornecedor da energia elétrica para a nossa cidade.
Logo cedo, estava ele a supervisionar tudo para que entre 16 e 17 horas, a Usina começasse a "dar sinal de vida' com seus estalos, como a anunciar para a população que estava viva, atuante, e que daria toda a sua energia para clarear as noites tranquilas de São José de Mipibu com as suas minúsculas lâmpadas nos postes das ruas principais e nas praças, fazendo a alegria de todos, principalmente da juventude. Quando detectava algum problema, era um corre corre danado, e ele todo sujo de graxa, tirando e colocando parafusos nos potentes motores (aliás, motores de fabricação Inglesa, e o único na região, pois apenas um similar se encontrava em Minas Gerais,uma vez que existiam apenas dois no Brasil) para que tudo estivesse devidamente funcionando no horário estabelecido pela empresa.
Quando faltava o óleo apropriado para que o motor funcionasse, ou quando "a correia quebrava," como ele dizia a se desculpar por não ter luz na cidade naquela noite, era motivo para a moçada se reunir na calçada de algum da turma para bater papo mesmo às escuras, iluminados por lampiões de gás ou velas. Ficava assim a cidade, quando ZERIEL não conseguia - apesar dos esforços que fazia - consertar o velho motor de Júlio Ramalho. Quantas vezes no meio de uma festa popular ou solenidade quando a energia elétrica faltava, era ele chamado às pressas para se desdobrar nas tarefas de consertar o defeito para que o evento prosseguisse, custando-lhe isso, algumas horas a mais do seu descanso noturno, e quase sempre, sem nenhuma remuneração extra.
Era esse ZERIEL, incansável administrador da empresa LUZ E FORÇA da Cidade de São José de Mipibu nos idos de 1960, e por esta razão hoje ele está EM PAUTA!

3. EM PAUTA

"CADEADO"
Esse era o nome dele. Baixinho, entroncado, um homem simples mas muito alegre e bonachão. Onde estavam mais de três pessoas se divertinho, sorrindo, e brincando (com ou sem bebida, no caso de ter bebida, para ele era bem melhor), chegava ele de mansinho com a sua sanfona de oito baixos, e entrava na festa.
Era assim CADEADO, querido por toda a juventude que o conhecia (não conseguimos saber o nome original dele) pois ele sabia respeitar, conviver, brincar e...ir embora quando não dava mais pra ele!
Nos idos de 60/70, a nossa cidade vivia no marasmo social e econômico, apesar de haver um Clube Social (Associação Esportiva Mipibuense) na cidade. Os estudantes na época, ou estavam no Ginásio Comercial - que depois passaria a ser Estadual - ou iam para a Capital, principalmente para o Colégio Atheneu Norteriograndense. Quando chegava o final de semana ou por ocasião de algum feriado, era "prato cheio" pra todos, que se encontravam no velho e querido CORETO da praça Aurélio Pinheiro - hoje Celso Sales - com o amigo CADEADO e sua velha mas aprumada sanfona. Aí a festa estava completa, e mesmo com bebidas, era apenas uma inocente festa de jovens descompromissados (ainda) com as responsabilidades que a vida impõe. Era o encontro de amigos, música e a velha praça com seu acolhedor coreto, numa cidade atrasada sim, porém pacata, ordeira, e livre das "mazelas" que degradam a vida dos jovens de hoje.
Era esse o senhor CADEADO que conhecíamos e que gostávamos de estar com ele. Por isso, hoje ele está EM PAUTA!!!!!

1. RELEMBRANDO

A mais antiga referência sobre a cidade de São José de Mipibu, data de 1607,na"Relação das cousas do Rio Grande do Norte, de sítios e disposições da terra," espécie de inventário feito pelo Padre Serafim Leite. O primeiro proprietário oficial de terras na Aldeia Mopebu foi o Dr. Francisco de Mendonça Eledesma - Juiz do Senado da Câmara de Natal - que recebeu e tomou posse delas no dia 12 de julho de 1659, portanto 52 anos depois de ser "descoberta"(termo utilizado apenas no contexto de quem vem ou ver pela primeira vez algo, uma vez que a Aldeia já existia). Posteriormente - mais de um século depois - a antiga Aldeia foi elevada à categoria de Vila, no dia 22 de fevereiro de 1762, e o responsável por esse feito foi o Dr. Miguel Carlos Caldeira de Pina Castelo Branco, designado pelo Marquês de Pombal que - em obediência às ordens do soberano português - mandou ele providenciar as novas medições das terras que formariam o patrimônio da atual cidade, na época Vila de São José do Rio Grande.

Segue a Vila seu curso normal, progredindo e se sobressaindo perante as demais, até que - 83 anos depois (1762-1845) - se transforma em Cidade no dia 16 de outubro de 1845, fruto do projeto do Deputado Provincial Joaquim Francisco de Vasconcelos, que acatado pelo então Presidente da Província Casimiro José Moraes Sarmento, torna-se o Projeto de Lei nº 125, transformando a antiga mas progressista Vila de São José do Rio Grande, em Cidade de Mipibu tempos depois, São José de Mipibu de hoje!

Em resumo, a nossa cidade passou por várias fases administrativas:

* "Descoberta" a Aldeia em 1607

* Torna-se Vila em 1762

* É elevada à Cidade em 1845

Nesse período compreendido entre 1607 e 1845, grandes nomes merecem a nossa homenagem, por nos proporcionarem esse recanto bucólico de antigamente, hoje buliçosa, irreverente, mas amada Cidade de Mipibu:

- Na época de Aldeia, os Padres Jesuítas e os Frades Capuchinhos italianos;

- Enquanto Vila, Dr. Miguel Carlos Caldeira de Pina Castelo Branco;

- Como Cidade, o Deputado Joaquim Francisco de Vasconcelos e Dr. CasimiroJosé Sarmento.

Concluímos dizendo que, mesmo não sendo o Rio de Janeiro, esta é a nossa CIDADE MARAVILHOSA, com um dos melhores climas da região e com um povo que não precisa ser CARIOCA para ser divertido, prestativo, bom e hospitaleiro, apesar de tudo!!!