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RELEMBRANDO

A REVOLUÇÃO DE 1817 EM SÃO JOSÉ DE MIPIBU



Pelos relatos dos estudiosos no assunto,podemos assegurar que não foi pequena a participação da Vila de São José do Rio Grande, em tão emocionante fase da história das três Capitanias envolvidas, iniciada em Pernambuco com a adesão da Paraíba e do Rio Grande do Norte, culminando com o assassinato do chefe dessa rebelião, André de Albuquerque Maranhão no recinto do Palácio.

EM SÃO JOSÉ DE MIPIBU, como nos conta a quase centenária Isabel Gondim - que morreu em 1935 - ela teria escutado um velho cego chamado Tomás de Aracati, a declaração de que "havia quase enrouquecido de tanto gritar liberdade, liberdade, pelas ruas de São José de Mipibu." Uma das figuras centrais do movimento, era o coronel de milícias Luís de Albuquerque Maranhão, primo de André de Albuquerque Maranhão, proprietário do engenho Belém na época. Nesse, e no engenho Ribeiro, André de Albuquerque vivia a conferencias com os homens influentes de Natal e das demais Vilas. Eram as casas grandes desses engenhos, muito espaçosas e cômodas, onde os chefes políticos locais ofereciam grades banquetes às autoridades que se faziam presentes nessas conferências. Conta-se que o aparato dos serviços oferecidos era de uma estravagância sem par, principalmente os que eram oferecidos pelo padre João Damasceno Xavier Carneiro, ex escrivão da cidade e inspirador de André de Albuquerque. Todos esses excessos aconteciam, tanto no engenho Belém como no engenho Ribeiro; mas foi no engenho Belém que aconteceu um dos episódios marcantes da Revolução: A prisão do governador da Província Inácio José Borges, quando este voltava de um desses encontros com André de Albuquerque em Goianinha, de quem - segundo alguns historiadores - ele desconhecia suas ligações com os revolucionários. Segundo Rocha Pombo, "quando o governador voltou desse encontro, ia pernoitar no engenho Belém. Pela manhã quando já havia saído, chega à casa de André de Albuquerque (em Goianinha) o vigário da Paróquia, Padre Antonio de Albuquerque Montenegro que era um patriota exaltado, e íntimo confidente do Coronel Luís de Albuquerque que era um dos cabeças do movimento em prol da República. Aí, André explica ao padre que o governador queria que ele defendesse a monarquia; é quando o padre se revolta por André não ter prendido o traidor do movimento e aconselha-o a perseguí-lo e prendê-lo ime.diatamente, o que André o fez prontamente, cercando a casa no engenho Belém, onde o governador dormia, e pela manhã entrou nas dependências do engenho dando-lhe voz de prisão mesmo que continuasse a ser tratado com o devido respeito. A Vila ficou ficou numa grande agitação com os acontecimentos e com a chegada de todas as autoridades da Província. Isso aconteceu no dia 25 de março de 1817, e como não houve derramamento de sangue, o governador foi deposto do cargo, mas lhe foi permitido ter a presença da esposa para com ela serem conduzidos à Pernambuco três dias depois, em 29 de março de 1817. Mesmo com todos esses acontecimentos, a revolução fracassou, André de Albuquerque foi morto e o governo monárquico restabelecido no dia 26 de abril do mesmo ano. Das pessoas de São José de Mipibu pronunciadas apenas Vital da Silva e Luís de Albuquerque Maranhão deveriam ser presos. O primeiro, escondeu-se e escapou; o segundo foi preso no dia 21 de maio do mesmo ano no Brejo das Bananeiras, na Paraíba.
( Maria Lúcia Amaral)



EM PAUTA

MANOEL RIBEIRO DA SILVA
"Manoel Cachorro Quente"
Proprietário do primeiro parque de diversões que apareceu em São José de Mipibu, Manoel Ribeiro d Silva, ou simplesmente " Manoel Cachorro Quente," nome este em virtude de ter sido ele o primeiro a trazer esse tipo de lanche para a terrinha.Tal lanche que depois seria o cachorro quente que hoje conhecemos, era uma fatia de pão francês, com carne de conserva temperada colocada em cima, vendido na calçada do sobrado (onde funcionou o Banco do Brasil), e que ficou conhecido como "o famoso cachorro quente de Seu Manoel". Daí, para Manoel Cachorro Quente, não demorou nada!
Era ele, um homem batalhador e um empreendedor de " mão cheia" haja vista que, do cachorro quente nasceu o parque São José (nome dado pelo povo), mas conhecidíssimo por PARQUE DE SEU MANOEL CACHORRO QUENTE, por esse mesmo povo que o admirava. Esse parque era formado por várias opções de brinquedos de diversão, como:
*CARROCEL TRADICIONAL, com bancos duplos feitos de madeira ( um tanto rústicos), e usados mais pelos casais de namorados, pois era uma maneira de se sentarem lado a lado, e o rapaz ter a chance de pegar na mão da namorada;
*CARROCEL DE CAVALINHOS, que era o deleite da criançada; era alí que elas faziam a festa onde a fila para comprar os ingressos era sempre "congestionada" tal a quantidade de crianças que queriam ter a sua vez de passear nos famosos cavalinhos. Havia cavalinhos de todos os modelos e cores, para todos os gostos;
*CARROCEL DE CADEIRINHAS, a famosa JUJU! Esse brinquedo era mais usado pelas crianças mais pequenas, com pouca idade - sempre acompanhadas dos pais que ficavam espremidos nas grades de proteção, olhando os filhotes se divertirem - e era movido por uma manivela acionada por um homem, com muito cuidado, porque se alguma criança enjoasse ou chorasse pra sair, era mais fácil parar o brinquedo;
*OS BOTES (ou canoas), cujo nome vem da forma desse brinquedo, que era impulsionado através de uma corda que ficava n uma das extremidades. Eram utilizados mais pelos rapazes, que se exibiam para as moças competindo entre eles para ver quem levantava o bote mais alto, provando assim a sua força e masculinidade, mas muitas vezes esse exibicionismo culminava com muito enjôo e vômitos no final. Para parar esse brinquedo, era colocado uma tábua embaixo para pressionar a velocidade, até fazer o bote parar de uma vez.
*RODA GIGANTE, era o brinquedo mais procurado pelos mais corajosos; enquanto a roda girava (não era muito alta), ouvia-se as músicas oferecidas pelo serviço de ALTO FALANTES do parque e via-se a cidade toda lá de cima. Era a sensação da noite
Além dos brinquedos, podia-se comprar várias guloseimas e também CIGARRO. Pasmem os senhores: a moçada que fumava escondido dos pais, tinha a chance de comprá-los "a granel", quer dizer, quem não tinha dinheiró para comprar um maço, comprava um, dois, ou mais. Era o máximo, e significava independência, rebeldia, poder e prazer de fazer "o que os adultos faziam."
Falara do parque de Seu Manoel Cachorro Quente, é uma alegria contagiante e uma saudade gostosa de momentos maravilhosos vividos na adolescência de muitos mipibuenses, numa cidade pacata, tradicional e simples; são lembranças especiais e gratificantes que nos fazem valorizar cada dia, cada momento passado na construção da nossa história; é como um filme no túnel do tempo, enchendo nossas vidas de recordações felizes, principalmente para àqueles que estão longe da terra natal. O parque de Cachorro Quente com seu serviço de alto falantes dedicando "páginas musicais" mais ou menos assim: ATENÇÃO, MUITA ATENÇÃO ALGUÉM VESTINDO CAMISA BRANCA, ESCUTE ESTA GRAVAÇÃO (que podia ser Teixeirinha, Waldik Soriano, Núbia Lafayete, Ângela Maria, Roberto Carlos ou qualquer um da Jovem Guarda), QUE ALGUÉM DE VESTIDO AZUL LHE OFERECE COM MUITO AMOR E CARINHO!
Imagine você, em pleno final de ano, com as festas natalinas, quando a cidade recebia praticamente o dobro de pessoas, vindas dos povoados e da cidades vizinhas ( Diga-se de passagem, o final de ano aqui em Mipibu, não tinha pra ninguém, de tão concorrido por ser muito bonito), encontrar alguém especial vestido DE CAMISA BRANCA!!!
- Quantas pessoas estavam trajadas assim. Não havia resposta nem certeza de quem era, e quem mandava a música, mas todos ficavam felizes porque o que importava era a mensagem, o recado que aquela música trazia. Tudo era simplório, gostoso, ingênuo! Estávamos nos anos 60 e 70. Era NO PARQUE DE SEU MANOEL CACHORRO QUENTE. ERA EM SÃO JOSÉ DE MIPIBU, NUM TEMPO QUE NÃO VOLTA MAIS!!!!!!
( Maria Lúcia Amaral, com a colaboração de Vera Lúcia Cavalcanti)

ELES FIZERAM HISTÓRIA

JOSÉ PAULINO DE ANDRADE


Filho de José Paulino de Andrade e Rita Bernardina de Andrade, nasceu no dia 16 de março de 1861. Iniciou seus estudos em Natal, posteriormente transferiu-se para o Rio de Janeiro onde se matriculou numa Faculdade de Medicina, mas inclinado para a carreira sacerdotal abandonou o curso no segundo ano e veio para Pernambuco em companhia do Bispo D.José Pereira da Silva Barros, que havia sido nomeado para aquela diocese. Em março de 1886 recebia a ordem pelo Seminário de Olinda e logo após, era nomeado coadjutor em Recife. Muito jovem ainda, submeteu-se a concurso para a Freguesia de Macaíba e aprovado, foi nomeado.
Republicano fervoroso, foi um dos criadores do partido na Província, sendo mais tarde secretário e membro do Diretório. Paralelo a isto, desenvolveu atividades na área de jornalismo colaborando no jornal "A República", órgão propagador dos ideais antimonarquistas. Novamente sai do Estado do Rio Grande do Norte e se fixa em Pouso Alegre uma das cidades mineiras, e aí começa a trabalhar ardentemente pela criação do Bispado. Com muito esforço pessoal conseguiu patrimônio, seminário, colégio e palácio episcopal; era o indispensável, para a concretização da ideia. Pouco tempo depois o sonho se realizava, embora parcialmente, pois o lugar foi preenchido por outro. Ele recebeu apenas o título de Prelado Doméstico do Papa, realmente muito pequeno para quem tanto se esforçou em prol desse acontecimento. Desgostoso e doente, ele voltou para o Rio Grande do Norte, onde assumiu as Freguesias de Papari em 1902 e Touros em 1903. Brilhante orador sacro, latinista e panfletário inflamado, José Paulino de Andrade faleceu em Natal em 24 de setembro de 1907

VOCÊ SABIA ????

* Que o Farol de MÃE LUIZA, inaugurado em 1951, tem 37 metros de altura, 150 degraus, localizado no bairro de Mãe Luiza em Natal, recebeu esse nome em homenagem a uma conhecida parteira natalense, que portava sempre um inseparável lampião, a caminho de seus atendimentos noturnos? Do alto desse farol, pode se ver uma das mais belas vistas da cidade.
* Que foi fundada em Natal, a 30 de abril de 1941, por Luís da Câmara Cascudo. a SOCIEDADE BRASILEIRA DO FOLCLORE? Foi a primeira do Brasil no gênero.
* Que Natal, pela sua privilegiada posição geográfica, foi palco de importantes acontecimentos da aviação mundial, e que aqui pousaram, entre outros, de 1922 a 1937, os pilotos SACADURA CABRAL e GAGO COUTINHO (Portugal), DEPINEDO e CARLO DEL PRETE (Itália), PAUL VACHET e JEAN MEMOZ (França), ANA e CHARLES LINDEBERG, e WALTER HINTON (Estados Unidos), e PINTO MARTINS (Brasil). POIS É VIU??? (Maria Lúcia Amaral)

CURIOSIDADES DE MIPIBU


LÍDIO PESSOA LEÃO





Conhecido popularmente como "Paizinho", nasceu no sítio Niterói nesta cidade, no dia 03 de julho de 1954, sendo filho de Pedro Pessoa Leão e Luiza Barbosa da Silva. Logo cedo Paizinho começou a trabalhar e aos dez anos de idade já fazia o trabalho de um profissional na padaria do senhor Raimundo Dias Freire, com quem muito aprendeu e disso tem muito orgulho. Não ficou somente trabalhando, pois quando foi fundada uma Banda de Música na nossa querida Mipibu, esse fato despertou em Paizinho o desejo de enveredar pelos caminhos da música, paixão que explodiu ao ingressar por este caminho. Com o Tenente Epitácio - maestro da récem fundada Banda de Música - Paizinho toma gosto pela atividade musical, apesar das dificuldades da época. Mesmo alimentando a sua paixão pela música, Paizinho viu o seu sonho se desmoronar com a extinção da Banda. Então ele sentiu a necessidade de dar um rumo à sua vida, através do trabalho; começa então a trabalhar no jornal Tribuna do Norte, e posteriormente na Fundação José Augusto e não por acaso, ambas as repartições ligadas à cultura, atividade em que ele militava através da música.Com a extinção da Banda de Música de São José de Mipibu, cujos motivos não são relevantes para essa síntese biográfica, Paizinho continua sua vida profissional para seu sustento e sustento dos seus familiares, mas não esquece a música, razão maior da sua alegria.Hoje, Paizinho é aposentado e tem um pequeno comércio na cidade - A CIGARREIRA DO PAIZINHO - onde, reunindo os amigos também adéptos da música, nos brinda com os deliciosos chorinhos brasileiros com o seu grupo "Regional Mipibuense", e vez por outra, nos apronta um "pagode genuíno", cujo fruto é o primeiro CD gravado. É também o criador da SERESTA DAS MÃES, grupo formado pelos amigos seresteiros que saem às ruas da cidade na manhã do Dia das Mães, prestando a elas a homenagem merecida, desde o ano de 1990. LÍDIO PESSOA LEÃO, ou simplesmente PAIZINHO, um mipibuense apaixonado pela música e pelo seu berço natal!

  • PELAS TRILHAS DA HISTÓRIA, inicia essa série, buscando homenagear todos aqueles - que mesmo anônimos - engrandecem à nossa cidade desempenhando com dignidade e competência, sua atividade dentro da cultura da nossa terra. Com os artistas da MPM (Música Popular Mipibuense), resgataremos um pouco do que está escondido pela falta de incentivo e apoio dos órgãos culturais que existem na cidade, mas que são inoperantes. (Maria Lúcia Amaral)







ENTRE PARÊNTESES


A FELICIDADE É RELATIVA






Sempre que chegam as festas natalinas e o final do ano se aproxima, fazemos votos de felicidade. O primeiro dia de todos os anos, é dedicado à confraternização. É um dia de trégua nessa passagem do calendário.
No fundo da alma de cada um, há sempre a permanente vontade de felicidade, e tal como as outras realidades, ela é relativa; se perguntarmos a qualquer pessoa o que ela espera do novo ano, a resposta com certeza será: FELICIDADE! Pode ser que não use o substantivo, empregará um dos seus muitos sinônimos.
Mas..., o que é FELICIDADE??? Ela é:
* PARA O FAMINTO, o alimento, o pão de cada dia;
* PARA O DESEMPREGADO, o trabalho que lhe proporciona um salário;
*PARA O TRABALHADOR, o salário que lhe dará condições de comprar o pão;
* PARA A COMUNIDADE, a liberdade de poder trabalhar, ganhar um salário, e comprar o alimento.
A felicidade é um conjunto de realidades; emprego, salário justo, escola para os filhos, e liberdade para buscar tudo isso!!!
A felicidade, é fazer progredir os frutos da imaginação. Sem a liberdade de imaginar, pensar e sonhar - ainda que houvesse PÃO, EMPREGO,E SALÁRIO - não haveria felicidade. A felicidade pode ser dádiva dos deuses, como ocorreu no paraíso; resultado da ação de cada um, no tempo da razão. Para se construir a felicidade, é fator essencial a união de todos, pois só a união entre a coletividade, é capaz de transformar dificuldades em felicidade, queixas e amarguras, em sorrisos. A união entre as pessoas é fator primordial para a felicidade permanente; a união é uma expressão que retrata a magestade da natureza; é a visão de uma revoada de pássaros, de canteiros de relva nascendo em terra boa, de roseiras floridas, de sorrisos de crianças ao sol dos jardins. A união faz a felicidade, e desarma os pensamentos que perseguem a conquista de vitórias à custa de tristezas e do mal; a felicidade constrói a paz, e não se compraz com o infortúnio alheio. Ser feliz, é também aceitar, respeitar, felicitar, louvar e aplaudir opiniões alheias. A FELICIDADE É ISSO AÍ! É um estado de espírito que se alicerça na auto confiança de nossas ações, e uma firme crença na capacidade de cada um.
- Vamos unidos construir essa felicidade. Esqueçamos os dissabores do ano que está prestes a terminar, mas relembrando que " se a felicidade tem para cada um seu nome próprio," ela é indivisível em sua ação coletiva. VAMOS CONSTRUÍ-LA UNIDOS!!!
..." esses, são os que ouvindo a palavra, a conservam num coração honesto e bom, e dão frutos com perseverança" (Lucas 8: 15) .
(Maria Lúcia Amaral - baseada em um texto de Alberto Villar - 1991)