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EM PAUTA

MANOEL RIBEIRO DA SILVA
"Manoel Cachorro Quente"
Proprietário do primeiro parque de diversões que apareceu em São José de Mipibu, Manoel Ribeiro d Silva, ou simplesmente " Manoel Cachorro Quente," nome este em virtude de ter sido ele o primeiro a trazer esse tipo de lanche para a terrinha.Tal lanche que depois seria o cachorro quente que hoje conhecemos, era uma fatia de pão francês, com carne de conserva temperada colocada em cima, vendido na calçada do sobrado (onde funcionou o Banco do Brasil), e que ficou conhecido como "o famoso cachorro quente de Seu Manoel". Daí, para Manoel Cachorro Quente, não demorou nada!
Era ele, um homem batalhador e um empreendedor de " mão cheia" haja vista que, do cachorro quente nasceu o parque São José (nome dado pelo povo), mas conhecidíssimo por PARQUE DE SEU MANOEL CACHORRO QUENTE, por esse mesmo povo que o admirava. Esse parque era formado por várias opções de brinquedos de diversão, como:
*CARROCEL TRADICIONAL, com bancos duplos feitos de madeira ( um tanto rústicos), e usados mais pelos casais de namorados, pois era uma maneira de se sentarem lado a lado, e o rapaz ter a chance de pegar na mão da namorada;
*CARROCEL DE CAVALINHOS, que era o deleite da criançada; era alí que elas faziam a festa onde a fila para comprar os ingressos era sempre "congestionada" tal a quantidade de crianças que queriam ter a sua vez de passear nos famosos cavalinhos. Havia cavalinhos de todos os modelos e cores, para todos os gostos;
*CARROCEL DE CADEIRINHAS, a famosa JUJU! Esse brinquedo era mais usado pelas crianças mais pequenas, com pouca idade - sempre acompanhadas dos pais que ficavam espremidos nas grades de proteção, olhando os filhotes se divertirem - e era movido por uma manivela acionada por um homem, com muito cuidado, porque se alguma criança enjoasse ou chorasse pra sair, era mais fácil parar o brinquedo;
*OS BOTES (ou canoas), cujo nome vem da forma desse brinquedo, que era impulsionado através de uma corda que ficava n uma das extremidades. Eram utilizados mais pelos rapazes, que se exibiam para as moças competindo entre eles para ver quem levantava o bote mais alto, provando assim a sua força e masculinidade, mas muitas vezes esse exibicionismo culminava com muito enjôo e vômitos no final. Para parar esse brinquedo, era colocado uma tábua embaixo para pressionar a velocidade, até fazer o bote parar de uma vez.
*RODA GIGANTE, era o brinquedo mais procurado pelos mais corajosos; enquanto a roda girava (não era muito alta), ouvia-se as músicas oferecidas pelo serviço de ALTO FALANTES do parque e via-se a cidade toda lá de cima. Era a sensação da noite
Além dos brinquedos, podia-se comprar várias guloseimas e também CIGARRO. Pasmem os senhores: a moçada que fumava escondido dos pais, tinha a chance de comprá-los "a granel", quer dizer, quem não tinha dinheiró para comprar um maço, comprava um, dois, ou mais. Era o máximo, e significava independência, rebeldia, poder e prazer de fazer "o que os adultos faziam."
Falara do parque de Seu Manoel Cachorro Quente, é uma alegria contagiante e uma saudade gostosa de momentos maravilhosos vividos na adolescência de muitos mipibuenses, numa cidade pacata, tradicional e simples; são lembranças especiais e gratificantes que nos fazem valorizar cada dia, cada momento passado na construção da nossa história; é como um filme no túnel do tempo, enchendo nossas vidas de recordações felizes, principalmente para àqueles que estão longe da terra natal. O parque de Cachorro Quente com seu serviço de alto falantes dedicando "páginas musicais" mais ou menos assim: ATENÇÃO, MUITA ATENÇÃO ALGUÉM VESTINDO CAMISA BRANCA, ESCUTE ESTA GRAVAÇÃO (que podia ser Teixeirinha, Waldik Soriano, Núbia Lafayete, Ângela Maria, Roberto Carlos ou qualquer um da Jovem Guarda), QUE ALGUÉM DE VESTIDO AZUL LHE OFERECE COM MUITO AMOR E CARINHO!
Imagine você, em pleno final de ano, com as festas natalinas, quando a cidade recebia praticamente o dobro de pessoas, vindas dos povoados e da cidades vizinhas ( Diga-se de passagem, o final de ano aqui em Mipibu, não tinha pra ninguém, de tão concorrido por ser muito bonito), encontrar alguém especial vestido DE CAMISA BRANCA!!!
- Quantas pessoas estavam trajadas assim. Não havia resposta nem certeza de quem era, e quem mandava a música, mas todos ficavam felizes porque o que importava era a mensagem, o recado que aquela música trazia. Tudo era simplório, gostoso, ingênuo! Estávamos nos anos 60 e 70. Era NO PARQUE DE SEU MANOEL CACHORRO QUENTE. ERA EM SÃO JOSÉ DE MIPIBU, NUM TEMPO QUE NÃO VOLTA MAIS!!!!!!
( Maria Lúcia Amaral, com a colaboração de Vera Lúcia Cavalcanti)

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