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POETAS E POEMAS


PÁSSARO NEGRO





Gosto de brincar com as palavras

de fazer rimas e trocadilhos

Aproveitas passagens e criar situações

Dentro desta minha diretriz

Resolvi falar do amigo CANCÃO




Manoel da Silva Mariano, é este o seu nome

Jovem respeitador, trabalhador e sisudo

Aos domingos não perdia a missa

Vestido em linho branco bem engomado

E sapatos preto muito bem engraxados




Foi assim, ainda criança que via este rapaz

Filho de pais pobres, simples e honesto

Certamente cheio de sonhos e ilusão

Desfilava com sua namorada, sempre dedicado

Vaidoso, pomposo e enfatiotado




De repente, não se sabe como nem porquê

O jovem perdeu o juízo e se transformou

Virou falante, profeta e orador

Perdeu a saúde, a vaidade e a emoção

Talvez pela sua cor, o apelidaram de CANCÃO




Dizem que esta transformação

Teve culpa uma certa donzela

Que perdera a sua pureza

E a honra por ele, não foi reparada

"A macumba" foi a vingança por ela encontrada



Se é especulação ou fato, eu não sei dizer

Até porque não dou crédito ao assunto

Só sei dizer que o seu juízo não recuperou

Sempre atento aos movimentos da cidade

Para uma nova tese defender e compor


Incorporou intelectual defensor

dos bons costumes e da ordem

a proclamar sua oratória pelas ruas

Muitas palavras sem sentido, outras não

Assim termino a prosa do inofensivo CANCÃO

(Vera Lúcia Cavalcanti)


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